Tainã Bispo
2 min readJan 22, 2021

Quando a gente começa a estudar os feminismos, sentimos IRA. O estômago revira, a enxaqueca bate forte, as mãos tremem, o corpo grita. Mesmo retorcidas de dor, continuamos, pois estudar é absolutamente necessário. Entender o patriarcado e a forma como ele constitui o corpo da mulher (levando em consideração as diferentes opressões com corpos de mulheres pretas e/ou trans) é um dos caminhos que nos levam a desmontar essa história violenta, opressora, fétida e de mal gosto que nos fazem engolir à força.
Por incrível que pareça, essa obsessão em controlar o corpo da mulher começou uns 5000 anos atrás, junto com o surgimento da propriedade privada e com a ideia de herança. Coincidência? Não. Tudo para responder a seguinte pergunta: “Agora que eu tenho propriedades, para quem eu vou deixar minhas terras? Eu preciso ter certeza que o filho que carregam no ventre é meu.” Pronto. Desde então, botam seu nome no nosso, aram, arrebentam, queimam, estupram. E o fazem impunemente, pois a justiça foi feita por eles e está aqui para inocentá-los — como o caso de Mariana Ferrer nos ensina.
Mas, assim como a natureza tem se mostrado impaciente, nós também estamos. Os gritos estão se tornando ensurdecedores. Me parece que, se não chegarmos num acordo de respeito com todes — mulheres, negros, minorias, pessoas trans, indígenas, florestas e águas — a Terra explode. Sinto que não estou sozinha nessa sensação.
Não há mais espaço para constantinos e trumps, senhoras e senhores! Até que enfim, pois esse filme de terror já dura tempo demais. Gozemos deliciosamente porque eles são/serão cancelados, demitidos, execrados, amaldiçoados, esquecidos. Para aumentar o som dessa gritaria, fiz uma seleção de mulheres incríveis que falam, refletem, pensam e agem sobre o corpo, o sexo e o amor.
Sobre patriarcado: @reginanavarrolins (entrevista que ela deu pro @biscoitopodcast )
Sobre sexo, gozo e poesia: as divas @abhiyana, @carmen_faustino e @pretakiran
Sobre a importância da politização do amor, do sexo e dos afetos: @zanellovaleska (pesquisadora seríssima)
Sobre a merda dos contos de fada e sobre estupro como ferramenta de controle: @movimento_atrevase, @nicoleaun e @alefotografiaafetiva

Tainã Bispo

Jornalista, ghost writer e editora de livros. Fundadora da Editora Claraboia